6.1.08

EXPEDIÇÃO MAJOR CATORZE

Primeira sexta-feira do ano. Diz a tradição na Bahia que se deve ir ao Bonfim. E não fizemos diferente!
No dia 4 de janeiro, Eu, Evandro e Hugo partimos em direção a Colina Sagrada na penisula Itapagipana, Salvador. Porém, nosso destino era a Marina Bonfim, com o proposito de iniciar uma expedicao pela Baia de Todos os Santos. Este seria o grande dia da tão esperada Expedicao pela Baia de Todos os Santos.

Durante um ano falamos sobre a idéia, sobre as vontades, os lugares, a velejada. Falamos e sonhamos muito. E no dia 3 de janeiro, com o ano novo ainda se espreguiçando, liguei para Evandro e disse: "Que tal fazermos uma pre-expedicao amanha?"; do outro lado da linha, a resposta: "Te vejo mais tarde para conversarmos sobre isso". Ambos ja sabiam no que aquilo ia dar, mas ficou o suspense no ar. Ainda precisávamos conversar sobre destino, alimentacao, dormida, enfim, programar tudo para a partida que já era no outro dia.

Depois do trabalho, nos reunimos para planejar. Local? No supemercado, para já fazer as compras. Depois de algumas horas e tudo decidido: Frutas, açucares, e água, muita água! Do supermercado direto pra casa pra preparar os 18 sanduíches naturais e o restante dos mantimentos.

Durante a noite e madrugada, olhei detalhadamente cada pedaço da Ilha de Maré no Google Earth, tracei os pontos junto com a carta náutica e transferi tudo para o GPS. Não queria dúvidas dos caminhos que iámos visitar.

De manha cedo, hora de acordar. Bagagem nas costas e tudo pronto, saímos para o mar!

Vento ainda fraco, mas constante a velejada inicou bem tranquila.

Com o tempo passando, chegava tambem a fome, e entao era a hora do primeiro café da manha. Sáude! Foi com o clima de brinde que os sanduiches eram recebidos.

Seguimos adiante sempre com o GPS na mão para conferir o rumo. Algum tempo depois, a face sul da ilha de Maré surgia cada vez mais próxima. Momento de admiração e deslumbre. Linda aparecia a costa sobre o mar azul. E um paredão de pedra fazia daquela vista única.

Seguimos no sentido oeste, para contornar a ilha e procurar nosso abrigo. Muitas pedras! Isso imposibilitava nossa aproximação das praias. O risco era grande e o cuidado era intenso em cada detalhe. Olho na terra, olho no mar e olho embaixo d'agua.

Depois de um longo tempo, avistamos um praia com alguns saveiros flutuando ao sabor das ondas. Parecia um porto seguro. Aproamos o barco na direção da praia e seguimos, devagar e com cuidado. Quem veio nos receber foi o saveiro DRAGAO DOS ANJOS. Nas boas vindas o convite a comer uma moqueca em um pequeno bar/restaurante na orla.

Resistimos a tentação da moqueca, porque era preciso descobrir um local abrigado para passar a noite, e esta praia não havia como montar a barraca de camping.
Pegamos informações com os nativos, jogamos uma prosa fora, tomamos um bom banho de mar para reativar as energias e seguimos adiante.
Mais a frente, encontramos uma praia com suas areias convidativas, e a recomendação de procurar MAJOR CATORZE, dono de um restaurante que teria um ótimo quintal para podermos acampar. Era o que precisavámos: abrigo e comida.
Chegamos com o Hy Brazil até a beira da praia, ao lado de um pequeno estaleiro e uma praia bem deserta. Olhos curiosos observavam o pequeno barquinho se aproximando.
Colocamos pés em terra firme e perguntando aos nativos que conversavam na beira da praia. "Onde é a casa de Catorze?". A resposta não podia ser melhor: "É essa aqui na frente!".

Pronto, já estava definido nosso ponto para acampar. Entramos na casa e fomos muito bem recebido por Catorze, um aposentado muito simpático. Procuramos um bom lugar para montar a barraca e guardar o veleiro em terra.

Com tudo já acomodado e no lugar, paramos para descansar e comer o nosso almoço. Começamos beliscando uns caranguejos...

Depois do almoço, reconhecer o local.
Andar pelas praias e tomar um banho de mar até a última gota de sol no horizonte.
Lindo pôr-do-sol entre Itaparica e a Ilha dos Frades. Guardamos na memória e na fotografia aquela imagem. Simplesmente uma bela despedida do dia.


De manha cedo, após uma noite bem dormida na barraca (inclusive muito melhor do que imaginava), preparamos o café da manhã. Pão, queijo, suco, cereais; era um banquete para aquela pequena barraca.
Para ajudar a digestão uma boa caminhada na areia da praia. Para nossa surpresa muitas marisqueiras já estavam curvadas procurando a moqueca da família. Eram muitas espalhadas pela areia deixada pela maré baixa.

Conversamos com muitas delas, e encontramos Edu, que resolveu nos acompanhar e mostrar um pouco do local. Depois do turismo pela região, voltamos para a casa de Catorze e comecamos a desmontar tudo. A maré já estava subindo e era preciso aproveitar.


Embarcamos e seguimos rumo ao norte para concluir a volta na Ilha de Maré. O destino agora era Salvador, a Marina Bonfim.
Belas paisagens, ilhas particulares, praias desertas, pequenos lugarejos, a cada momento uma nova panorâmica. O tempo passava e as belas imagens também. Ilha de Maré ia ficando para trás e Salvador cada vez mais próximo. Ia ficando o gostinho de saudade junto com o cansaço do final do dia.

Uma velejada muito especial, que conhecemos lugares especiais e pessoas especiais com sua simplicidade e sabedoria. Uma velejada de muitas que irão vir.
O sol começou a se esconder e já estávamos ao lado do pier da marina. Missão cumprida!
Hora do desembarque. Até a próxima.


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